Dia Nacional do Diabetes: oferecer qualidade de vida e acompanhamento é fundamental ao paciente
Por Marcelo Cúscuna, CEO na América Latina da Ottobock
O Brasil pode ter um salto de 47,7% no número absoluto de adultos entre 20 e 79 anos de idade com diabetes. É o que diz o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF) de 2021. Naquele ano eram 15,7 milhões de pessoas nesta faixa etária diagnosticadas com a doença, e o número deve chegar a 23,2 milhões de habitantes no Brasil segundo o documento. Os dados colocam o país na sexta colocação entre os países com mais casos de diabetes no mundo. Neste Dia Nacional do Diabetes, celebrado em 26 de junho, esses números mostram a necessidade tanto da prevenção quanto do tratamento e do acompanhamento necessários a pessoas que sofram consequências da doença.
O diabetes é uma síndrome que provoca a produção ou a absorção insuficiente de insulina no organismo, hormônio responsável pelo controle dos níveis de glicose no sangue. É importante alertar à população para uma das principais consequência da falta de cuidados com a doença: o Pé Diabético. Trata-se de um descontrole da doença, em que ocorrem problemas de circulação sanguínea nos membros inferiores e até mesmo infecções.
De acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde, normalmente a pessoa com esta complicação só se dá conta do problema em estágios avançados, quanto aparecem feridas nos pés, por exemplo. Isso pode levar à amputação dos membros ou de parte deles para evitar complicações maiores no restante do corpo. Conforme a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), o pé diabético é responsável por 40% a 70% das amputações de membros inferiores em casos não traumáticos (ou seja, que não envolvem acidentes). Esse quadro mostra a importância da recuperação das pessoas que passam pelos procedimentos e da necessidade de se investir em tecnologias de ponta para a produção de próteses.
Passar pela amputação de um membro é uma mudança de vida significativa para uma pessoa, que tem sua rotina e realidade alteradas. Precisa passar, com isso, por sessões de reabilitação, adaptação a equipamentos de mobilidade e cuidados ainda mais contundentes para evitar novos problemas com amputações (afinal, o diabetes não tem cura e a pessoa que não tratar a doença pode chegar novamente ao mesmo problema).
Com relação às tecnologias em equipamentos, atualmente existem diferentes tipos de próteses, conforme a necessidade de cada pessoa. Seja em casos da retirada dos pés, da amputação transtibial (quando é retirada parte da perna abaixo do joelho) ou transfemoral (para as amputações acima do do joelho), a prótese precisa atender a uma pessoa de maneira que possa colocá-la, da melhor forma possível, de volta a sua rotina familiar, de trabalho, esportes e lazer. Fazem parte dessa questão todo o acompanhamento psicológico, de fisioterapia e manutenção técnica adequado para toda a vida do ser humano.
Isso pode ser simplificado com uma expressão: qualidade de vida, algo que todo ser humano merece alcançar. Graças a atitudes de empresas focadas no desenvolvimento de tecnologia em próteses e ao fornecimento de atendimento necessários a pessoas com os equipamentos, atualmente essas tecnologias se mostram cada vez desenvolvidas. Esse panorama coloca um paciente protetizado com mobilidade suficiente para a execução das tarefas diárias.
É importante lembrar que saúde e bem-estar são princípios básicos dos Direitos Humanos e das leis nacionais (bem como da Constituição Federal de 1988 no Brasil) e precisam ser garantidos à população. O setor privado, como membro da sociedade e em seu dever de oferecer serviços que possam fazer a diferença para a população (junto com ações promovidas pela esfera pública), precisa trabalhar na busca por esta qualidade de vida de forma constante a essa parcela considerável da população. Juntos, estes setores da sociedade cumprem o seu papel social de melhorar, dessa forma, a qualidade de vida do cidadão.
Artigo publicado com exclusividade no Portal Hospitais Brasil.