Quatro lições que softwares de Inteligência Artificial ensinam sobre a comunicação assertiva entre líderes e equipes
Uma década marcada pelo crescimento da Inteligência Artificial (IA). É o que nos revela o relatório “Artificial Intelligence – In-depth Market Insights & Data Analysis”, do site de inteligência de dados Statista. As projeções apontam que no ano de 2023 deve haver investimento de 71 bilhões de dólares no setor, o que ainda pode crescer para 126 bilhões de dólares em 2025, totalizando um aumento de 77,4%. Isso reflete também no acesso às novidades em softwares com IA disponíveis para os cidadãos comuns. E as ferramentas desse mercado em ascensão, que geram muitas discussões sobre os impactos positivos e negativos, fornecem ensinamentos para o ambiente corporativo que podem beneficiar a comunicação assertiva.
Este termo envolve a transmissão da informação com características como clareza e educação para que se obtenha o resultado desejado entre os interlocutores. Conforme explica a mentora de líderes Carol Castro, criadora do método Líder HOP de desenvolvimento de equipes de alta performance, quando o assunto é a troca de informações, os softwares de IA são um exemplo de como um comando errado pode prejudicar um trabalho.
“A relação entre os dois temas é clara e para explicar inicialmente deixo aqui uma frase muito importante: mais do que nunca o óbvio tem que ser dito! A comunicação entre líderes e liderados precisa ser clara e consistente, para evitar falhas e atingir os melhores resultados. Por isso, a IA tem muito a nos indicar sobre os caminhos para a comunicação assertiva”, comenta a especialista. Ela menciona quatro lições que os líderes podem aprender com a IA para melhorar a comunicação com seus times. Confira!
1 – Seja preciso
Para obter resultados esperados em textos, imagens e vídeos, as ferramentas de IA precisam de comandos claros e precisos. Isso funciona, de forma análoga, para a comunicação entre líderes e liderados em um ambiente corporativo. “Ainda que o receptor da informação em um caso seja um software e em outro seja uma pessoa (que possui sentimentos, reflexões, bem diferente de um robô), as dificuldades e falhas cometidas com esses programas podem ensinar a melhorar o contato entre o líder e sua equipe”, explica a mentora de líderes.
Ainda segundo Carol Castro, o que pode parecer óbvio para um, pode não ser para o outro no processo de comunicação. E com a inteligência artificial conseguimos visualizar o impacto que o óbvio não dito traz na interpretação. “Sem uma informação completa, a interpretação sobre um comando feito pelo líder fica incompleta e o resultado é um trabalho aquém do esperado”, afirma.
2 – Detalhe o seu pedido
Carol ainda aponta que, na prática da comunicação assertiva, é importante que o líder explique com detalhes o que precisa de sua equipe ou do colaborador e, ao mesmo tempo, seja direto. Isso significa que as informações precisam chegar sem rodeios, subjetividades ou ambiguidades, além de ser bem explicada. “Aplicar a objetividade na fala é um dos caminhos mais assertivos para alcançar resultados. O time tem que compreender a informação e, para isso, o líder não pode se expressar de forma confusa ou complexa. Se algum termo for difícil de ser entendido por um colaborador, isso precisa de uma explicação melhor para que o trabalho transcorra da forma como se espera”, completa.
3 – Esteja aberto a questionamentos
A mentora de líderes ainda comenta que após uma fala da pessoa que está à frente de uma equipe, é bem provável que surjam questionamentos por parte dos membros. Por isso, o líder precisa estar aberto a receber essas perguntas. “Cada colaborador vai captar a informação de um jeito diferente e é natural que não compreenda completamente aquilo que um líder informa, ou que não interprete as informações da maneira como o interlocutor espera. É semelhante ao que pode ocorrer no contato com softwares de IA que, em alguns casos, pedem para que o comando seja mais claro e específico”, comenta.
4 – Tenha respeito e empatia
Outro ponto importante no contato com a equipe é o respeito, que também é uma situação que se espera na comunicação com os softwares. Para exemplificar essa questão, a mentora de líderes comenta sobre as ferramentas de assistentes de smartphones (que possuem dispositivos de pesquisa e que também funcionam com IA). Caso um usuário desses sistemas aja com falta de educação com esses dispositivos, isso pode prejudicar a interação. Mesmo que os dispositivos sejam inanimados, eles identificam o desrespeito e podem responder a insultos.
Carol chama atenção para a forma como uma pessoa se dirige a outra e para a cultura que se identifica dentro de uma empresa sobre o respeito. “No caso em que falamos aqui, é importante que os líderes tomem consciência de que a maneira como abordam os assuntos com os colaboradores precisa partir sempre da compreensão e da empatia. Ainda que pareça clichê, vale sempre se lembrar: nunca trate uma pessoa da forma como você não gostaria de ser tratado”, pondera.
Por fim, Carol Castro comenta sobre como a interação com a inteligência artificial é importante para que uma pessoa trabalhe a sua forma de se comunicar como um todo. Para um líder, os resultados que se obtém da interação com esses softwares pode ser interpretado como um reflexo do como um time recebe as informações que ele transmite. “Mesmo que as ferramentas não sejam pessoas, elas podem mostrar as falhas comunicativas que alguém enfrenta, e ainda ajudar na formação da sua imagem como um líder perante o seu time”, afirma.
Sobre Carol Castro
Melhorar rotinas e processos e aprimorar o contato entre lideranças e colaboradores. Essas e outras atividades estão dentro do trabalho promovido pela mentora de líderes Carol Castro, que atua com palestras e eventos para empresários e líderes no aperfeiçoamento do trabalho corporativo. Carol trabalhou por 15 anos em uma multinacional Suíça de dispositivos médicos e odontológicos, na qual ingressou pela sua formação em Odontologia e, com isso, foi contratada para a área de pesquisa e desenvolvimento. Porém, dentro da empresa passou a focar seu trabalho na formação de lideranças e para o alcance de resultados em diferentes setores da empresa. Periodicamente, seu trabalho com os líderes das equipes era destinado a uma nova área, que tinha os processos aprimorados com a ajuda dos conhecimentos que Carol adquiriu, seja com fontes de estudo ou com o contato que tinha com as pessoas dentro da empresa. Dessa forma, desenvolveu o método Líder HOP (Human and Organizational Performance – Desempenho Humano Organizacional, na tradução para o português), um conjunto de práticas para melhorar os processos empresariais e que envolve capital humano, transformação organizacional e alcance de metas e resultados. Em 2022, após 15 anos na multinacional, a mentora passou a aplicar o HOP em outras empresas, com imersões para líderes mudarem a realidade de suas equipes.
Instagram: @carolcastrohop