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30 ago

Esclerose Múltipla: tratamento da doença mostra a necessidade de tecnologia para melhorar mobilidade e estabilidade do paciente

Uma doença autoimune, que atinge o sistema nervoso de 40 mil brasileiros, principalmente mulheres entre 20 e 40 anos. Este é um panorama da Esclerose Múltipla no país, doença degenerativa que, apesar de não ter cura, tem tratamento para que a população afetada possa ter mais qualidade de vida. Nesta quarta-feira (30), quando é celebrado o Dia Nacional de Conscientização Sobre a Esclerose Múltipla, a busca pelo tratamento adequado passa também pelo desenvolvimento de tecnologias que possam garantir mobilidade e diminuir dores dos pacientes.

Apesar de não ser um dos países com maior número de casos da doença em comparação com outras regiões do mundo (os maiores índices estão em países que estão mais distantes da Linha do Equador) o contingente de pessoas que convive com a doença no país é grande e precisa de atenção. A comorbidade acontece quando as células de defesa do organismo atacam o sistema nervoso, o que causa danos à bainha de mielina (camada de gordura que cobre as fibras nervosas). Segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (Abem), esse processo resulta em inflamações que, como consequência, provocam rigidez, fraqueza muscular, desequilíbrio, dores, dificuldade de falar, fadiga e alterações cognitivas, segundo o a Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde.

Por isso, conforme explica Thomas Pfleghar, diretor de academy na América Latina da Ottobock, empresa especializada no desenvolvimento de tecnologias para mobilidade, é fundamental focar parte do tratamento na recuperação da mobilidade dos pacientes. Isso pode ser feito, segundo o especialista, com o desenvolvimento de órteses, que são equipamentos que revestem parte do corpo e auxiliam na recuperação e estabilidade do movimento. “Essa tecnologia ajuda os pacientes a se movimentarem melhor, além de corrigir a postura e fornecer suporte no processo de cicatrização, quando for o caso”, explica.

Em geral, as órteses podem atender a diferentes partes do corpo humano, como ombros, pulsos, articulações de joelhos e cotovelos, bem como braços, pernas, mãos e pés. Seu uso está relacionado não só à esclerose múltipla, mas também a outros traumas e doenças que causem, por exemplo, restrição de movimento, dores, danos aos nervos, inflamações, entorses, lesões de ligamento e luxações. Os equipamentos auxiliam no alívio da dor, na estabilidade muscular e nos movimentos das articulações, por exemplo.

Indicação médica é fundamental

O uso de órteses acontece, no caso da esclerose múltipla, conforme o quadro clínico do paciente e de acordo com a evolução da doença, conforme explica Thomas. Por isso, é indispensável que os pacientes realizem os exames, procedimentos e acompanhamentos necessários para saber o grau de evolução da doença e se há necessidade desta prescrição. “A partir disso, é recomendável que pacientes procurarem uma clínica especializada no assunto e um equipamento moderno que possa atender às suas necessidades, conforme a demanda requisitada no tratamento”, afirma.

Ainda de acordo com Pfleghar, após a indicação do equipamento para tratar as consequências da doença, o paciente necessita não apenas da tecnologia ligada ao corpo, mas também de todo um conjunto de ações como fisioterapia, adaptação e acompanhamento técnico. “Um serviço multidisciplinar é fundamental para que possamos devolver para essas pessoas a qualidade de vida e para que elas possam seguir suas rotinas, conforme as recomendações médicas e necessidades diárias”, comenta.

Conscientização

A data de 30 de agosto foi instituída como Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla após a aprovação da Lei Federal nº 11.303, no ano de 2006. Segundo a Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde, a data fortalece a visibilidade nacional sobre a doença, as pessoas que convivem com a enfermidade, bem como os desafios que os pacientes enfrentam no dia a dia. A data foi escolhida por se tratar do aniversário de Ana Maria Levy, fundadora da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (Abem).

Sobre a Ottobock
Fundada em 1919, em Berlim, na Alemanha, a Ottobock é referência mundial na reabilitação de pessoas amputadas ou com mobilidade reduzida por sua dedicação em desenvolver tecnologia e inovação a fim de retomar a qualidade de vida dos usuários. Dentro de um vasto portifólio de produtos, a instituição investe em próteses (equipamentos utilizados por pessoas que passaram por uma amputação); órteses (quando pacientes possuem mobilidade reduzida devido a traumas e doenças ou quando estão em processo de reabilitação); e mobility (cadeiras de rodas para locomoção, com tecnologia adequada a cada necessidade). A Ottobock chegou ao Brasil em 1975 e atua no mercado da América Latina também em outros países como México, Colômbia, Equador, Peru, Uruguai, Argentina, Chile e Cuba, além de territórios da América Central. Atualmente, no Brasil, são oito clínicas, presentes em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Recife e Salvador.