Fontes, pesquisas e ChatGPT: como o jornalismo pode se beneficiar
Estamos na Era da Informação ou, também podemos dizer que, vivemos esse período desde meados da década de 60. Obviamente, toda sociedade enfrenta e se adapta desde então ao progresso/desenvolvimento – ainda mais depois dos anos 2000. O que chamamos de transformação digital não é novidade para nenhuma área profissional. Tendências ditam mudanças e para muitas profissões (ou todas!) existe o medo da substituição do homem pela máquina. Nesse contexto, surgem questões, reflexões e medos… E, o mais novo “receio” tem nome e endereço: ChatGPT.
Inteligência Artificial cria informação?
Antes de qualquer coisa, é preciso afirmar que uma máquina não cria uma informação, ou seja, embora exista o questionamento, a inteligência artificial (IA) não vai “roubar” o emprego de ninguém. Quando falamos de jornalismo – em específico – é necessário destacar que toda notícia/texto/conteúdo desenvolvido por um jornalista terá características próprias, únicas. Todo profissional deixa sua marca.
Por tanto, o jornalismo, que segue enfrentando todas as revoluções, mantém-se necessário e indispensável. Afinal, quem é que vai fazer a entrevista? Quem terá o pensamento crítico diante de uma informação? Quem vai conferir as fontes?
Não é preciso ser teórico da comunicação para observar e constatar que a maneira com a qual a informação é disseminada pelo jornalismo mudou radicalmente. Impressos são raridade e os veículos mais tradicionais competem com os canais digitais que não precisam de grandes investimentos para existir.
Embora isso signifique a democratização, há alguns pontos a serem considerados, ainda mais quando tantas ferramentas surgem e podem ser usadas pelos profissionais da área. A comunicação tornou-se essencialmente digital e isso reflete também em como se obtém dados e encontra-se fontes.
Nesse sentido, o que a IA – muito valiosa para automatizar processos – pode fazer é justamente propagar informação, juntar e compilar diversas fontes (como um humano faria a partir da leitura de vários livros) para então desenvolver textos que surgem como questões a serem resolvidas.
ChatGPT como suporte ao jornalista
Para conceituar, ChatGPT é uma ferramenta desenvolvida pela OpenAI que, utilizando Inteligência Artificial, funciona como um chatbot. Seu grande diferencial é a habilidade de aprendizado, que a partir de dados disponíveis na internet, abastece sua capacidade de resposta e solução assertivas. Assim, o usuário faz perguntas – quanto mais específicas melhor o resultado – e o ChatGPT formula respostas – o que pode-se interpretar como uma inteligência artificial que cria conteúdo específico.
Assim, a geração de conteúdo de forma automatizada pode sim, em um primeiro momento, assustar àqueles que ainda não se sentem confortáveis com essas ferramentas. E, justamente por isso que trazemos alguns benefícios que a IA, e especificamente o ChatGPT traz ao jornalismo, de maneira que seja um suporte que otimize atividades cotidianas.
- Pesquisas: a partir da habilidade de compreender textos e pesquisar em grandes bases de dados – o bom e velho Google – a ferramenta pode auxiliar jornalistas na coleta de informações. É como perguntar à ferramenta o que busca-se no
- Resumos e análises: ajuda a lidar com grandes quantidades de informações em tempo real, fornecer análises e resumos precisos e relevantes para os jornalistas.
- Inspiração para novas ideias: pode sugerir novas ideias e tópicos de reportagem/pautas para os profissionais de com base em sua análise de padrões e tendências em diversas fontes de informação.
“Se não pode vencê-los junte-se a eles”
O ditado cabe muito bem quando um profissional se sente ameaçado pela tecnologia, não é? Independente da área de atuação, a transformação digital é um caminho sem volta e um reflexo disso é que os profissionais deverão adquirir novas habilidades. Desde absorver novas práticas até compreender que ferramentas e softwares não são inimigos.
Para o jornalismo, contar uma história a partir da verdade é uma premissa para informar o público. Para tanto, há vários caminhos para percorrer antes de publicar um conteúdo jornalístico. Isso, não há máquina que vá substituir. O jornalista que já está no mercado irá se beneficiar ao aprender e utilizar o ChatGPT, não indo contra essa nova forma de buscar e filtrar informações. Já quem começa um curso de Comunicação Social certamente irá presenciar e vivenciar um novo panorama, em que a Inteligência Artificial fará ainda mais parte do seu dia a dia.
A conclusão não poderia ser outra, apesar das vantagens que toda a sociedade obtém com a tecnologia, sempre será necessário o questionamento. Nenhum software estará acima da análise crítica dos fatos e nenhum robô poderá contar a sua história com emoção.