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5 dez

Dia do Portador de Deficiência: próteses infantis garantem mobilidade e desenvolvimento adequado a crianças nascidas com má-formações nos membros

Segundo levantamento do Ministério da Saúde, a maior parte das crianças que nascem no Brasil com anomalia congênita apresenta problemas nos membros inferiores ou superiores. Parte delas precisa de próteses para ter melhor qualidade de vida 

 

As anomalias congênitas, que são alterações estruturais ou funcionais que se originam durante a gestação da criança, atingem, em sua maior parte, os membros dos recém-nascidos no Brasil. Conforme o Ministério da Saúde, em média, entre os anos de 2010 e 2019, para cada 10 mil nascidos vivos no país, cerca de 25 tinham alguma deficiência física nos membros inferiores ou superiores. Em alguns desses casos, meninas e meninos precisam utilizar próteses para ter uma qualidade de vida melhor, seja no lazer ou nos estudos. Por isso, o desenvolvimento de equipamentos adequados à idade das crianças precisa garantir a estabilidade para essa faixa etária e o desenvolvimento em cada etapa da infância.

Isabella Santos Alcântara, de 9 anos, por exemplo, utiliza prótese na perna esquerda desde os dois anos de idade. Ela nasceu com uma doença rara, chamada hemimelia tibial, quando o bebê não possui a Tíbia, um dos ossos presentes na canela do ser humano. Desde o seu nascimento, os pais, Vinícius Alcântara e Flávia Santos Alcântara, moradores de São Paulo (SP), buscaram resolver o problema, até serem aconselhados que a amputação do membro seria a melhor solução. “Tentamos uma cirurgia de reconstrução da Tíbia, mas isso afetaria a mobilidade dela. Com isso, preferimos a amputação e buscamos uma empresa de próteses”, afirma Vinícius. Desde então, o casal leva a filha à clínica da Ottobock localizada em São Paulo.

“Como a Isabella era muito nova, tinha apenas dois anos quando a levamos para a primeira protetização, o equipamento que ela recebeu foi bastante simples. Não havia muita mobilidade para andar e ajudava a Isabella a ficar em pé. Mas, desde então, graças à tecnologia que a Ottobock oferece, o uso da prótese mudou e melhorou sua mobilidade, conforme suas necessidades diárias”, comenta Flávia.

Conforme explica o técnico protesista da Ottobock, Leonardo Gonçalves Ferreira, em geral as crianças quando utilizam próteses têm mais facilidade para se adaptar à realidade do que um adulto. Ainda assim, o trabalho dos profissionais é feito para ganhar a confiança do pequeno paciente. “Percebe-se pelo trabalho cotidiano com as crianças que elas conseguem se acostumar e têm mais facilidade com o uso da prótese. Mas quanto mais novo é o menino ou a menina, é mais necessário sempre trabalhar de forma mais lúdica essa adaptação e a interação para que esse momento seja bem completo de aceitação à prótese”, comenta. 

  

Mobilidade para uma criança ativa

Depois de seis meses com a primeira prótese, Isabella começou a utilizar um novo equipamento, com estrutura articulada, que melhorou suas possibilidades para andar. As próteses da Ottobock que ela tem utilizado são específicas para sua faixa etária, o que favorece a sua mobilidade, conforme explica Vinícius. “O joelho que ela usa atualmente tem ótima conexão com o pé, e o encaixe com o corpo é perfeito para a idade dela. A Isabella faz aula de balé, pratica educação física, joga futebol, consegue correr e virar estrelinha. É uma criança bastante ativa”.

O joelho mecânico utilizado por Isabella atualmente é um modelo 3R67. De acordo com a Ottobock, a tecnologia oferece, além de estabilidade às crianças, a possibilidade de caminhar em diferentes tipos de velocidade, além de dar liberdade nos movimentos. O equipamento possui cerca de 500 gramas e é indicado para quem tem até 45 quilos.

O técnico protesista da Ottobock acrescenta que, como as crianças utilizam bastante as próteses em suas atividades diárias, é recomendável realizar com frequência a manutenção do equipamento. “O ideal é procurar um técnico que realize esse trabalho, para que auxilie na manutenção e limpeza”, diz. A Ottobock, por exemplo, possui oito clínicas no país com equipe multidisciplinar para atender aos pacientes tanto nos casos mais técnicos, que envolvem a revisão e adequação das próteses, como na reabilitação dos pacientes, em diferentes níveis de amputação.

Em uma fase da vida em que o crescimento fica mais acelerado para Isabella, as visitas à clínica da Ottobock têm aumentado, para que se garantam os ajustes da prótese ao corpo, conforme a altura e o desenvolvimento corporal. “São vários componentes que necessitam de acompanhamento. Tanto nós percebemos essa necessidade quanto nossa filha. A Isabella consegue notar quando uma prótese dói, se está apertada, se algo incomoda e precisa de algum ajuste”, diz o pai. 

  

Vida de influencer

A rotina da garota é também motivação para muitas pessoas. Isso porque os pais mantêm para Isabella um perfil nas redes sociais com 18 mil seguidores. A intenção inicial era focar na autoestima da filha. “Com o perfil dela no Instagram, ela pode ver que existem pessoas iguais a ela. A Isabella hoje é bastante vaidosa e gosta de postar fotos e vídeos dançando. Já fez, inclusive, trabalho como modelo”, comenta a mãe.

Por falar em vaidade, se tem algo do qual a Isabella cuida é de sua prótese. A garota faz questão de ter muitas cores nos encaixes (a parte do equipamento que liga o joelho ao corpo). E como qualquer menina conforme passam os anos, seus gostos em relação ao estilo da prótese também mudam. “Quando ela era mais nova, gostava dos encaixes com figuras de princesas. Agora, quer sempre muitas cores e brilho”, explica Flávia.

Dessa forma, Isabella não larga a prótese facilmente. “Nós até pedimos as vezes para ela deixar o corpo respirar um pouco sem a prótese, mas ela só tira quando toma banho e quando vai dormir”, diz o pai da influencer. O uso é tanto que os pais já planejam fazer a troca do equipamento por um mais novo. “Não vamos fazer a troca por questão de defeito. Pelo contrário, a prótese funciona perfeitamente. Mas em função do desgaste do uso diário, é necessário para a idade dela ter algo mais novo”, conta Vinícius.
  

Sobre a Ottobock 

Fundada em 1919, na Alemanha, a Ottobock possui desde então tecnologias que combinam inventibilidade com coragem e tenacidade. A empresa desenvolve soluções para tornar a rotina dos pacientes mais acessível. Em seu escopo de trabalho, a instituição investe em próteses (equipamentos usados quando o paciente é amputado); órteses (quando pacientes possuem mobilidade reduzida devido a traumas e doenças ou quando estão em processo de reabilitação); e mobility (oferecendo cadeiras para locomoção, com tecnologia adequada à necessidade da pessoa). Em sua atuação na América Latina, a empresa atende, além do Brasil, países como México, Colômbia, Equador, Peru, Brasil, Uruguai, Argentina, Chile e Cuba, além de territórios da América Central. No Brasil, atualmente são oito clínicas, presentes em São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Recife e Salvador e, em breve, contará com a nova clínica em Goiânia.