Inverno pode aumentar consumo de gás em até 80%: saiba dicas para utilizar o insumo de forma consciente
Frio estimula um maior consumo de gás, e o reflexo só é sentido na conta do final do mês
Uma conta de gás que chega a passar de R$70 para R$250. Essa é a realidade de muitos dos mais de 340 apartamentos de um condomínio em Curitiba durante o inverno. Entre os fatores que colaboram com esse aumento, que chega a 250% e que os mais de 1 mil moradores do Condomínio Linea Verde vêm enfrentando está, sobretudo, os constantes reajustes feitos pela Petrobras. Para se ter ideia, somente neste ano, o GLP já teve seis reajustes, e em 2020, a alta chegou a 21,9% durante o ano. “Existem alguns fatores que não temos como mudar, como é o caso do aumento do gás, da gasolina, por exemplo. Mas existe um fator que é crucial para a conta de gás do final de mês e que é o principal de todos eles, principalmente no inverno: o comportamento das pessoas”, afirma o síndico Fábio Bortolim, que diz que é comum durante o inverno a reclamação dos condôminos aumentar.
E isso acontece por diversos motivos. Seja pelo aumento no tempo banho ou na louça lavada com a água quente, no entanto, é importante saber que a temperatura mais fria da água durante o inverno é um grande fator. “Com o frio, a temperatura da água também fica mais baixa, cerca de 7°C, enquanto no verão, esse valor é de uma média de 20°C. O que significa que é preciso mais combustão para elevar a temperatura, e, consequentemente, maior consumo de gás”, explica Marcelo Medeiros, gerente de operações da Gaslog, empresa que faz distribuição de GLP para condomínios em Curitiba. Ainda segundo ele, um exemplo simples é o ato de cozinhar. “Com a água mais fria, o tempo que você leva para cozinhar um alimento também acaba demorando mais, e assim se consome mais gás”, explica ele.
A empresa também vê frequentemente, durante o inverno, a média de consumo aumentar bastante. “Nos meses de junho e julho, por exemplo, que está mais frio, esse aumento no consumo chega a 80%. Recebemos muitas reclamações nesse período, mas é preciso que as pessoas entendam que, se não houver um consumo consciente, não haverá uma mudança nesse quadro”, alerta Marcelo. Os banhos quentes também são grandes vilões, pois além de as pessoas ficarem mais tempo no banho, a temperatura do aquecedor a gás acaba sendo aumentada. “No entanto, mesmo assim, o uso de GLP ainda é mais em conta que o modelo elétrico, por exemplo. Temos estudos que comprovam que usar um aquecedor a gás em um banho de 10 minutos, por exemplo, é 64% mais em conta que a energia elétrica”, conta ele.
A pandemia também é outro fator que deve ser levado em conta. Com muitas pessoas em home office, o tempo dentro de casa aumentou, o que leva a um maior consumo de comida, por exemplo. “E não é só a pandemia. Aqui no condomínio a gente percebe que no inverno as pessoas acabam ficando mais em casa, com isso, cozinha mais, lava mais louça. Tudo isso aumenta o consumo de gás”, relembra o síndico Fábio.
Soluções simples de consumo consciente
Para não levar susto com a conta de gás durante o inverno, o gerente de operações da Gaslog orienta as seguintes atitudes para aqueles que utilizam o GLP durante o inverno:
– Banhos sincronizados e curtos: apesar de ser difícil, é preciso tomar banhos rápidos durante o inverno, caso contrário, a conta virá alta. Outro fator que pode ajudar é tomar banho todos ao mesmo tempo, pois, dessa maneira, a água já estará quente e, assim, é necessário menos combustão e, consequentemente, menos consumo de gás.
– Usar água quente para cozinhar: como a água demora muito mais tempo para aquecer, recomenda-se utilizar água já fervida para preparar diversos alimentos. Com isso, eles cozinham de forma mais rápida e o consumo de gás diminui.
– Observe a cor das chamas na hora de cozinhar: muitas vezes, um fogão pode apresentar chamas alaranjadas na hora de cozinhar alguma refeição 一 e isso pode ser consequência de sujeiras acumuladas, o que pode levar a um maior consumo de gás. Portanto, verifique sempre se as bocas do equipamento estão limpas.
– Use e abuse do “molho”: ao cozinhar alimentos muito duros como feijão, ou grão de bico, por exemplo, lembre-se de deixa-los de molho de um dia para o outro. Isso diminui bastante o tempo de cozimento.
– Cozinha sem distração: colocar água pra esquentar e mexer no celular. Isso é muito comum e pode aumentar o consumo de gás, afinal, ao se distrair, acaba-se deixando as comidas por mais tempo no fogão/forno que o necessário.
– Uso inteligente do forno: se for utilizar o forno, tente colocar mais de um prato ao mesmo tempo e evite ficar abrindo a porta para ver o alimento.