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24 out

Joelho utilizado por 100 mil pessoas no mundo e controlado por aplicativo: próteses melhoram treinos e performances de paratletas

Tecnologia vem revolucionando o mundo das órteses e próteses e possibilita que pessoas amputadas possam ter mais segurança, mobilidade e velocidade nos esportes 

  

Dois segundos separam Usain Bolt, jamaicano recordista mundial e olímpico, de Vinicius Rodrigues, brasileiro medalhista de prata em Tóquio 2020. Os dois correm 100m nas pistas. Bolt chegou ao recorde de 9s58, enquanto Vinicius atingiu o tempo de 11s95. A diferença entre os dois, além dos dois segundos, é que o brasileiro é paratleta e utiliza uma prótese de joelho. E é esse tipo de marca que a tecnologia pode trazer aos velocistas de alto rendimento com algum tipo de amputação.

Rodrigues, que participou de sua primeira Paralimpíada no Japão no ano passado ao correr nas pistas de atletismo na classe T63 (na qual participam atletas amputados de membros inferiores e que utilizam próteses), possui um joelho ortopédico desde 2019 produzido pela empresa alemã Ottobock, o C-Leg. A tecnologia do equipamento, destinado para pessoas com amputação transfemoral (entre a articulação do quadril e o joelho), completa 25 anos em 2022. Nesse período, mais de 100 mil pessoas já utilizaram a tecnologia, o que significa muitas possibilidades de ajustes para a realidade de pessoas amputadas.

Essa evolução nas próteses e órteses possibilita rotinas com mais segurança, mobilidade e eficiência para quem tem objetivos semelhantes ao do velocista. “Para mim, que sou atleta de alto rendimento, uma prótese avançada ajuda muito em meu desempenho. Sempre que vai evoluindo a tecnologia eu sinto melhora no meu desenvolvimento e na consciência corporal. Toda tecnologia que chega faz a diferença total na minha vida”, explica. Vinícius tem 27 anos e iniciou no esporte após sofrer um acidente e ter a perna esquerda amputada. Atualmente é um paratleta de alto rendimento e Embaixador da Ottobock América Latina.

O equipamento é um grande parceiro no cotidiano de Rodrigues. Um dos diferenciais que o paratleta encontra é o controle por meio de aplicativo. “Desta forma, durante treinos de bicicleta e na prática de exercícios físicos na academia, eu consigo verificar funções do joelho e acompanhar a durabilidade da bateria de forma mais rápida e prática”, afirma. Segundo a Ottobock, os usuários da prótese podem ajustar configurações, rastrear atividades, além de realizar autoteste de articulação de joelho. O aplicativo está disponível tanto para quem tem celulares com iOS quanto com Android. 

  

Pra correr no esporte e pra correria da vida

Não é só no esporte que Rodrigues sente o quanto a tecnologia vem ajudando. Isso porque o equipamento é um aliado para pessoas que tenham um estilo de vida mais ativo. “No dia a dia, sinto mais confiança na dobra do joelho e para descer rampas. Até para dançar eu me senti mais confiante na hora de fazer movimentos que eu não conseguia fazer antes, sem a insegurança de tomar uma queda”, explica o velocista.

Essa confiança que o paratleta possui ocorre porque o joelho possui uma função que detecta movimentos incomuns e ativa a resistência para evitar que os usuários caiam. Assim, as pessoas podem recuperar equilíbrio e manter a estabilidade. Além disso, o equipamento foi desenvolvido para corresponder à necessidade de percorrer diferentes inclinações. A tecnologia se adapta a várias situações cotidianas, como descer escadas e percorrer terrenos irregulares.

A prótese também torna os movimentos das pessoas que a utilizam mais precisos, conforme relata o paratleta em suas experiências com o equipamento. “O controle que tenho na utilização desse joelho é bastante prático. O encaixe no corpo com a prótese vem melhorando a cada ano. Isso facilita totalmente a utilização”, comenta. Outra característica descrita por Rodrigues é a durabilidade da bateria, o que permite utilização por mais tempo em sua rotina.

O joelho é leve, com cerca de um quilo, e é indicado para pessoas com massa corporal de até 136 quilos. As especificações técnicas do equipamento estão disponíveis no site da Ottobock. 

  

  

Sobre a Ottobock 

Fundada em 1919, na Alemanha, a Ottobock possui desde então tecnologias que combinam diversão e inventibilidade com coragem e tenacidade. A empresa desenvolve soluções para tornar a rotina dos pacientes mais acessível. Em seu escopo de trabalho, a instituição investe em próteses (equipamentos usados quando o paciente é amputado); órteses (quando pacientes possuem mobilidade reduzida devido a traumas e doenças ou quando estão em processo de reabilitação); e mobility (oferecendo cadeiras para locomoção, com tecnologia adequada à necessidade da pessoa). Em sua atuação na América Latina, a empresa atende, além do Brasil, países como México, Colômbia, Equador, Peru, Brasil, Uruguai, Argentina, Chile e Cuba, além de territórios da América Central. No Brasil, atualmente são oito clínicas, presentes em São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Recife e Salvador e, em breve, contará com a nova clínica em Goiânia.